Criptococose e pombos urbanos (<i>Columba livia</i></p>): uma reflexão social, ambiental e de políticas públicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/multi.v24i56.2071

Palavras-chave:

criptococose, pombos urbanos (Columba livia), pragas urbanas.

Resumo

A criptococose é uma micose sistêmica provocada principalmente por Cryptococcus neoformans; através do cosmopolitismo desse fungo, possui nos pombos urbanos (Columba livia) seu principal hospedeiro assintomático que, por ora, é um bioindicador negativo de qualidade ambiental. Este estudo possuiu caráter descritivo e realizou um levantamento em diferentes bases de dados- LILACS, Pubmed, Scielo-, com o intuito de relacionar a incidência de criptococose, a ocorrência de pombos urbanos com os aspectos de Vigilância em Saúde Ambiental e políticas públicas de enfrentamento a esse agravo. Com notificação não compulsória, não há dados concretos acerca da incidência de tal fungemia; portanto, dentre os mecanismos de controle do principal agente transmissor, que são os pombos urbanos, há os processos educativos, são os mais efetivos, tais que colaboram na elaboração de políticas públicas eficazes e mitigadoras, além de precaver a necessidade de mudança na perspectiva socioambiental tanto para a sociedade quanto para o poder público.

Biografia do Autor

Charles Lima Ribeiro, Fibra – Faculdade do Instituto Brasil de Ciência e Tecnologia

Graduado em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Anápolis- UniEvangélica, como bolsista integral do PROUNI e Pedagogia pela Faculdade de Educação Regional Serrana - FUNPAC; especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia pela Universidade Federal de Goiás-UFG, em Análises Clínicas, Microbiologia e Pedagogia Hospitalar pela Universidade Cândido Mendes, Vigilância em Saúde Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, mestre em Ciências Moleculares, área: Química Orgânica, pela Universidade Estadual de Goiás-UEG como bolsista CAPES e doutorando em Ciências Ambientais, área: Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, no Programa de Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente, pelo Centro Universitário de Anápolis- UniEvangélica,

Referências

ARAÚJO, C. D.; CARVALHO, F. G.; ALBUQUERQUE, L. B. Levantamento epidemiológico das zoonoses transmitidas por pombos em Campo Grande/ MS. Multitemas, Campo Grande, MS, n. 16, p. 28-50, maio 2000. Disponível em: http://www.multitemas.ucdb.br/article/view/1039

AMÂNCIO, S.; SOUZA, V. B.; MELO, C. Columba livia e Pitangus sulphuratus como indicadoras de qualidade ambiental em área urbana. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 16, n. 1, p. 32-7, mar. 2008. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/287181250_Columba_livia_and_ Pitangus_sulphuratus_as_environmental_indicators_in_urban_areas

ANDRADE JUNIOR, H.; SOUZA, M. A.; BROCHIER, J. I. Representação social da educação ambiental e da educação em saúde em universitários. Psicologia: Reflexo e Crítica, Porto Alegre, RS, v. 7, n. 1, p. 43-50, 2004.

BECK, P. V. Estudo das infestações de pombos nas edificações da cidade de Brasília. 2003. 20f. Monografia (Curso de Biologia) - Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Brasília, 2003. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/2493/2/9968245.pdf

BIVANCO, F. C.; MACHADO, C. D’A. S.; MARTINS, E. L. Criptococose cutânea. Arquivos Médicos do ABC, Santo André, SP, v. 31, n. 2, p. 102-9, 2006. Disponível em: https://portalnepas.org.br/amabc/article%20/view/261.

BLANCO, B. A. V.; AGUIRRE, C. A. R.; SAGASTUME, R. C.; GALINDO, D. A. F. Estudio preliminar de la identificación de Cryptococcus neoformans en excretas de palomas en la zona metropolitana de Guadalajara Jalisco. Innovación en Salud, v. 1, n. 1, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância e epidemiológica da criptococose. Brasília, abr. 2012.

BRASIL. IBAMA. Instrução Normativa n. 141, de 19 de dezembro de 2006. Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva. Brasília, 2006a.

BRASIL. IBAMA. Instrução Normativa n. 109, de 3 de agosto de 2006. Regulamenta o controle da fauna sinantrópica nociva e de seu manejo ambiental. Brasília, 2006b.

BRASIL. IBAMA. Portaria n. 93, de 7 de julho de 1998. Importação e exportação da fauna silvestre nativa ou exótica; Lista de fauna doméstica para fins de operacionalização do IBAMA. Brasília, 1998.

BRASIL. IBAMA. Portaria n. 29, de 24 de março de 1994. Importação e exportação da fauna silvestre nativa ou exótica; Lista de fauna doméstica para fins de operacionalização do IBAMA. Brasília, 1994.

CASALI, A. K.; STAATS, C. C.; SCHRANK, A.; VAINSTEIN, M. H. Cryptococcus neoformans. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, n. 20, maio/jun. 2001.

CHANG, Y. C.; KWON-CHUNG, K. J. Isolation of the third capsule-associated gene, CAP60, required for virulence in Cryptococcus neoformans. Infection and Immunity, v. 66, n. 5, p. 2230-6, maio 1998.

CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 22, p. 89-100, jan./abr. 2003.

CICHON, M. et al. Isolamento de Cryptococcus neoformans de amostras ambientais de Curitiba e região metropolitana (Paraná, Brasil) e testes de suscetibilidade frente a drogas antifúngicas. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, p.176-9, 2011.

CONTIN, J. T.; QUARESMA, G. S.; SILVA, E. F.; LINARD, V. R. Ocorrência de Cryptococcus neoformans em fezes de pombosna cidade de Caratinga- MG, Brasil. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, n. 21, n. 1, p. 19-24, 2011.

CREPALDI, M. T. Geofrafia e saúde: a zoogeografia de Columbídeos em Maringá-PR. 2014. 73f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, 2014.

DIAS, I. C. L. Prevenção de zoonoses ocupacionais em abatedouros de bovinos. Vivências, v. 8, n. 15, p. 89-98, out. 2012.

DOERING, T. L. How sweet it is! Cell wall biogenesis and polysaccharide capsule formation in Cryptococcus neoformans. Annual Review of Microbiology, v. 63, p. 223-47, 2009. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19575556

FARIA, R. O. et al. Ocorrência de Cryptococcus neoformans em excretas de pombos na ciadde de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, MG, v. 43, n. 2, p. 198-200, abr. 2010.

GENTIL, F. A.; DIAS, D. T.; PACHECO, D. F.; LUZ, E. A.; COSTA, L. G. F. S.; BRUM, R. M. O. Criptococose: relato de caso. Acta Biomedica Brasiliensia, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 102-9, dez. 2016.

GIORGI, D. R.; REIS, J. B.; BEI, A.; REIS FILHO, J. B. Criptococose do sistema nervoso central: experiência atual do Serviço de Neurologia da Escola Paulista de Medicina. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 77-92, jun. 1974.

KON, A. S. et al. Consenso em criptococose – 2008. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Botucatu, SP, v. 41, n. 5, p. 524-44, set./out. 2008.

KURTZMAN, C. P.; FELL, J. W.; BOEKHOUT, T. Cryptococcus. In: KURTZMAN, C. P.; FELL, J. W.; BOEKHOUT, T. (Ed.). The yeasts: a taxonomic study. 5. ed. New York: ACM Press, 2011.

KWON-CHUNG, K. J.; BENNETT, J. E. Cryptococcosis. In: KWON-CHUNG, K. J.; BENNETT, J. E. (Ed.). Medical mycology. Philadelphia: Lea & Febiger, 1992. p. 397-446.

KWON-CHUNG, K. J.; VARMA, A. Do major species concepts support one, two or more species within Cryptococcus neoformans? FEMS Yeast Research, v. 6. p. 574-87, jun. 2006.

LABANHARE, L. L.; PERRELLI, M. A. S. Pombos urbanos: biologia, ecologia e métodos de controle populacional. Multitemas, Campo Grande, MS, n. 35, p. 225-35, dez. 2007. Disponível em: http://www.multitemas.ucdb.br/article/view/861

LACAZ, C. S.; PORTO, E.; MARTINS, J. E. C.; HEINS-VACCARI, E. M.; MELO, N. T. Tratado de micologia médica Lacaz. 9. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.

LAZÉRA, M. S.; IGREJA, R. P.; WANKE, B. Criptococose. In: SIDRIM, J. J.; ROCHA, M. F. G. Micologia médica a luz dos autores contemporâneos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

MARTINS, C. M.; BIONDO, A. W.; BRAGA, K. F.; OLIVEIRA, S. T. Percepção de usuários de espaços públicos de Curitiba, Paraná, sobre a presença de pombos (Columba livia). Archives of Veterinary Science, Curitiba, PR, v. 20, n. 4, p. 10-9, 2015.

MENEZES, T. et al. Cryptococcus spp. em excretas de pombos (Columba livia) de áreas públicas de Lages, Santa Catarina. Science and Animal Health, Pelotas, RS, v. 2, n. 2, p. 102-14, jul./dez. 2014.

MEZZARI, A. et al. Presença do Cryptococcus spp. nas excretas de pombos nos arredores de Hospitais de Porto Alegre. Revista Panamericana de Infectologia, Goiânia, GO, v. 16, n. 3, p. 153-60, 2014.

MIRANDA, C.; LADENDORFF, N.; KNÖBL, T. Percepção da população sobre a participação dos pombos (Columba livia domestica) na transmissão de zoonoses. Asa, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 23-8, jan./abr. 2014.

NICOLA, A. M. et al. Macrophage autophagy in immunity to Cryptococcus neoformans and Candida albicans. Infection and Immunity, v. 80, n. 9, p. 3065-76, set. 2012.

NUNES, V. F. P. Pombos urbanos: o desafio de controle. Biológico, São Paulo, v. 65, n. 1/2, p. 89-92, jan./dez. 2003.

NOBRE, G.; RAMALHO, M. O.; MENDES, E.; CHARRUA, M. J. Criptococose. estudo de 9 estirpes de Cryptococcus neoformans isoladas de doentes imunodeficientes. Acta Médica Portuguesa, v. 3, n. 3, p. 155-8, maio 1990.

OLIVEIRA, H. M.; GONÇALVES, M. J. F. Educação em saúde: uma experiência transformadora. Revista Brasileira de Enfermagem [online], Brasília, v. 57, n. 6, p. 761-3, nov./dez. 2004.

OLIVEIRA, M. C. V. Análise filogenética de Salmonella typhimurium e Escherichia coli diarreiogênica isoladas de pombos (Columba livia) que realizam o forrageamento de recintos de zoológicos: implicações zoonóticas. 2016. 56f. Dissertação (Mestrado em Ciências) –Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2016.

PAN, W. et al. Meningitis caused by Filobasidium uniguttulatum: case report and overview of the literature. Mycoses, v. 55, n. 2, p. 105-9, mar. 2012.

PASSONI, L. F. C.; WANKE, B.; NISHIKAWA, M. M.; LAZÉRA, M. S. Cryptococcus neoformans isolated from human dwellings in Rio de Janeiro, Brazil: an analysis of domestic environment of AIDS patients with and without cryptococcosis. Medical Mycology, v. 36, n. 5, p. 305-11, jan. 1998.

PASSONI, L. F. C. Wood, animals an human beings as reservoirs for human Cryptococcus neoformans infections. Revista Iberoamericana de Micologia, v. 16, n. 2m p.77-81, jul. 1999.

QUEIROZ, J. P. A. F.; SOUSA, F. D. N.; LAGE, R. A.; IZAEL, M. A.; SANTOS, A. G. Criptococose: uma revisão bibliográfica. Acta Veterinária Brasilica, Mossoró, RN, v. 2, n. 2, p. 32-8, 2008.

RAJASINGHAM, R.; MEYA, D. B.; BOULWARE, D. R. Integrating cryptococcal antigen screening and pre-emptive treatment into routine HIV care. Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, v. 59, n. 5, p. 85-91, 2012.

REIS-FILHO, J. B.; NEVES, A. C.; ZYMBERG, S. T.; OLIVEIRA, R. M. C. O líquido cefalorraquiano inicial nas meningencefalites por Cryptococcus neoformans. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 27, n. 4, p. 173-8, jul./ago. 1985.

REOLON, A.; PEREZ, L. R. R.; MEZZARI, A. Prevalência de Cryptococcus neoformans nos pombos urbanos da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 40, n. 5, p. 293-8, out. 2004.

REZENDE, C. et al. Cryptococcus neoformans: primeiro caso relatado de isolamento de fezes de pombos no município de Votuporanga-São Paulo. Revista Uniara, Araraquara, SP, v. 12, n. 2, p. 67-78, dez. 2009.

RODRIGUES, M. L.; MALHEIROS; T. F.; FERNANDES, V.; DARÓS, T. D. A percepção ambiental como instrumento de apoio na gestão e na formulação de políticas ambientais. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 21, supl. 3, p. 96-110, dez. 2012.

SANTOS, W. L. P. Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12, n. 36, p. 474-92, set./dez. 2007.

SANTOS, I. O.C. Isolamento de Salmonella spp. em pombos (Columba livia) no Distrito Federal - aspectos de relevância ao sistema de vigilância em saúde. 2014. 91f. Dissertação (Mestrado em Saúde Animal) - Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 2014.

SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, RS, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011.

SEVERO, C. B.; XAVIER, M. O.; GAZZONI, A. F.; SEVERO, L. C. Cryptococcosis in children. Paediatric Respiratory Reviews, v. 10, n. 4, p. 166-71, dez. 2009.

SILVA, J. O.; CAPUANO, D. M. Ocorrência de Cryptococcus spp. e de parasitas de interesse em saúde pública, nos excretas de pombos na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 67, n. 2, p. 137-41, ago. 2008.

SILVA, R. C. R.; MACIEL, W. C.; TEIXEIRA, R. S. C.; SALLES, R. P. R. O pombo (Columba livia) como agente carreador de Salmonella spp. e as implicações em saúde pública. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 81, n. 2, p. 189-94, 2014.

SOUZA, A. C.; COLOMÉ, I. C. S.; COSTA, L. E. D.; OLIVEIRA, D. L. L. C. A educação em saúde com grupos na comunidade: uma estratégia facilitadora da promoção da saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, RS, v. 26, n. 2, p. 147-53, ago. 2005.

SOUZA, A. L.; QUADROS, R. M.; MIGUEL, R. L.; MILETTI, L.C. Diagnóstico de Cryptococcus neoformans mediante la PCR-RFLP en el líquido cefalorraquídeo (LCR) en pacientes hospitalizados en el sur de Brasil. Clinical & Biomedical Research, v. 38, n. 2, p. 111-5, 2018.

TEIXEIRA, P. M. M. A educação científica sob a perspectiva da pedagogia histórico-crítica e o movimento C.T.S. no ensino de ciências. Ciência e Educação (Bauru) [online], v. 9, n. 2, p. 177-90, 2003.

VASCONCELOS, E. M. Redefinindo as práticas de saúde a partir de experiências de educação popular nos serviços de saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, SP, v. 5, n. 8, p. 121-6, fev. 2001.

ZANCAN, G. T. Educação científica: uma prioridade nacional. São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 3, p. 3-7, jul./set. 2000.

ZORZENON, F. J. Noções sobre as principais pragas urbanas. Biológico, São Paulo, v. 64, n. 2, p. 231-4, jul./dez. 2002.

Downloads

Publicado

2019-06-06

Como Citar

Ribeiro, C. L. (2019). Criptococose e pombos urbanos (<i>Columba livia</i></p>): uma reflexão social, ambiental e de políticas públicas. Multitemas, 24(56), 205–222. https://doi.org/10.20435/multi.v24i56.2071